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Arquitetos: João Paulo Loureiro, arquitecto
- Área: 247 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Jérémy Pernet
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Fabricantes: Carpintaria Pinto & Lourenço, Reabilitação, Lda., Mínima, Caixilharia de Ferro, Lda., TEV2, Valadares
Descrição enviada pela equipe de projeto. Reconstruir e ampliar um edifício do séc.XIX no centro da cidade do Porto, que se encontrava em estado de ruína, salvando-se a fachada principal ainda em razoável estado de conservação, constituía a encomenda do trabalho. Procurou-se re-introduzir um programa de habitação, que se apresentasse, no entanto, mais atractivo para uma população mais jovem, nomeadamente para estudantes nacionais ou estrangeiros, jovens casais ou para turistas.
A reabilitação do edifício materializa, afinal, um novo projecto, permitindo desenvolver um processo metodológico definido pela reabilitação de uma fachada de linguagem dominante na cidade, sistema de fachada que tem demonstrado uma grande capacidade de adaptação a diversos programas funcionais, que se têm implantado atualmente na cidade. A fachada posterior, que estando em ruína, permitiu a introdução de uma outra linguagem, adoptando-se a utilização de painéis metálicos pintados, em continuidade com a utilização de uma estrutura mista de aço e betão, resolvendo as questões estruturais do conjunto a reabilitar, de forma mais económica.
A adaptação deste edifício, integrou, para além do programa de habitação nos pisos superiores, um espaço de comércio, ao nível da rua, definido por um amplo espaço que conecta ambas as fachadas do edifício, promovendo-se uma imagem de maior permeabilidade visual, entre a rua e o “velho” espaço de logradouro, desta forma, a luz directa do sol passa a ser visível ao nível da rua.
A ligação entre a construção existente e um novo sistema construtivo autónomo, desenvolveu-se do interior do edifício para o exterior, formatando o desenho dos espaços e articulando todo o conjunto na sua forma e funcionamento, como uma armadura interior, um “pacemaker” urbano, articulando a memória com a nova realidade transformadora, expressando com naturalidade a sua linguagem e morfologia funcional. O programa de 4 apartamentos, definido por pequenos estúdios caracterizados pela localização e fusão em um único volume, da cozinha, sanitário e armários, construídos em materiais mais leves, como o MDF, madeira natural e aço inox, distribuindo-se nas duas faces do edifício, formando, no ultimo piso, pequenos balcões para dormir, aproveitando o espaço resultante do clássico vão do telhado, só que agora o tecto é em betão armado.